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Monday, October 31, 2011

Teste: Mini Cooper JCW desfila charme e potência - Veja ficha técnica!

31/10/2011 Carros do Álvaro — Vocação esportiva do Mini é levada ao extremo na versão John Cooper Works.

No cenário automotivo, o papel de mexer com o imaginário das pessoas é geralmente delegado aos modelos esportivos. São carros com belas carrocerias, motores fortes e desempenhos avassaladores. Mas o trânsito caótico nas grandes cidades começa a mudar um pouco essa percepção. Nos últimos tempos, os chamados “funcars” têm conseguido adeptos e admiradores. Eles são aqueles carros com design não convencional e foco principalmente no público jovem e feminino. E dentre eles, um dos que mais se destaca – tanto nas vendas como nas vitrines – é o Mini Cooper. Só que na sua versão mais cara e mais potente, a John Cooper Works, o modelo apela também para os amantes da velocidade. Ele é praticamente uma configuração preparada para as pistas do pequeno carro de origem inglesa.

Para levar o Mini John Cooper Works para casa, são necessários R$ 139 mil. Significativos R$ 70 mil a mais que o Cooper One, o mais barato da linha. É esse um dos motivos para que apenas cerca de 5% de compradores do Mini optem pela configuração mais esportiva. Outro é o efeito colateral de um carro de alto desempenho: a suspensão extremamente dura.

O sobrenome que batiza o modelo vem do engenheiro inglês John Cooper que, no começo da produção do novo Mini pela BMW, fornecia kits de preparação para serem instalados nas concessionárias. A partir da segunda geração do compacto, de 2007, uma versão mais braba começou a ser feita diretamente na fábrica. Agora, na linha 2011, o carrinho chega ainda mais “nervoso”. Equipado com o motor THP em sua melhor forma – desenvolvido em parceria da BMW com a PSA –, o Mini John Cooper Works tem números de “gente grande”. Com 211 cv de potência, 26,51 kgfm de torque – 28,55 kgfm com a função overbooster – e 1.130 kg de peso, o Mini JCW acelera de zero a 100 km/h em só 6,5 segundos e atinge os 237 km/h. Grande parte graças à ótima relação peso/potência de apenas 5,33 kg/cv.

Para conseguir o aumento de 27 cv em relação ao Cooper S, a engenharia da Mini teve de mexer na mistura de ar/combustível dentro da câmara de combustão. A admissão de ar, filtro de ar e escapamento foram melhorados, enquanto que o turbocompressor de duas fases ganhou pressão: de 0,9 para 1,3 bar. A resistência do propulsor também foi retrabalhada. Pistões reforçados, assim como um cabeçote com rigidez aprimorada foram adicionados. As válvulas de admissão agora são feitas de um material mais resistente em comparação com o modelo de 184 cv.


A transmissão é diferente. É uma manual de seis marchas adaptada para aguentar os níveis de potência e torque que o motor desenvolve nesta versão. A suspensão foi reforçada, com acerto mais rígido, privilegiando a dirigibilidade. Além de andar rápido, o Mini JCW também para com agilidade. A marca inglesa usou freios inspirados nos modelos de competição da categoria Mini Challenge. As rodas são de 17 polegadas e feitas de um composto leve e pesam menos de 10 kg cada.

A tecnologia embarcada nas mudanças mecânicas é acompanhada pelos itens de série do carro. Estão lá equipamentos esperados como ar-condicionado automático, direção elétrica, trio elétrico, bancos em couro, computador de bordo, faróis de xenon e volante multifuncional. Um dos grandes destaques do interior vai para o sistema de entretenimento com tela, rádio/CD/MP3/USB/iPod/Bluetooth com caixas de som de alta fidelidade Harman Kardon.

Entre os itens de segurança, o Mini JCW também é completo. Tem airbags frontais, laterais e de cabeça, controle de estabilidade, ABS com EBD, assistência de frenagem de emergência, controle de tração, sensor de chuva com acionamento de farol baixo. Afinal, para um carro que faz o que esse pequeno faz nas pistas, é sempre interessante ter um “anjo tecnológico” de guarda.

Ponto a ponto

Desempenho – O pequeno Mini ganha velocidade de forma realmente impressionante. Os 211 cv de potência e, principalmente, os 26,5 kgfm de torque fazem o JCW acelerar a ponto do corpo do “piloto” ser comprimido contra o encosto do banco. O fato de ter a força do motor disponível na longa faixa entre 1.850 e 5.600 rpm permite que o carro seja sempre agil, sem precisar de reduções em quase nenhuma situação. O câmbio manual de seis marchas também faz bem o seu papel, com engates bem precisos. Nota 10.

Estabilidade – Por ser o ponto alto da esportividade de um Mini, o JCW ganhou o melhor acerto de suspensão possível para curvas. Além de muito rígida, tem um curso curtíssimo. Com isso, a carroceria praticamente não rola nas mudanças de direção. As dimensões e o fato de ser um carro “entre-eixos” – com boa parte de seus 1.130 kg centralizada – ajudam para que o carro reaja muito bem aos movimentos no volante, sempre apontando para a direção correta. No entanto, como não tem um “down-force” muito acentuado – até porque não é tão aerodinâmico –, cola pouco no chão em velocidades muito altas. Nada que transmita insegurança. Nota 9.

Interatividade – São muito comandos e em locais pouco usuais. O painel de instrumentos atrás do volante tem o conta-giros e um velocímetro digital, além de exibir as informações do computador de bordo. Já no console central, fica o imenso velocímetro analógico, que tem função ornamental – sua visualização é péssima – e o comando do sistema de entretenimento é simplificado – contrariando a tradição complicadora dos carros feitas pela BMW. Para compensar, os comandos dos vidros elétricos são mal-localizados e os bancos têm só ajustes manuais. Nota 6.

Consumo – Durante o teste, o Mini John Cooper Works fez a média de 11,5 km/l de gasolina em um circuito misto. Para um carro com o desempenho que tem, é excelente. Nota 9.

Tecnologia – Sob a carcaça do Mini, há uma enormidade de materiais nobres e um conjunto mecânico bastante avançado. O motor tem injeção direta, turbo e comando variável, além da suspensão ser pneumática. A lista de equipamentos conta com seis airbags e itens de conforto como ar-condicionado automático e sistema da entretenimento. Faltam, no entanto, alguns mimos como o ajuste elétrico dos bancos. Nota 9.

Conforto – A arquitetura do Mini já faz com que ele seja um carro minúsculo por dentro. Há pouquíssimo espaço para quem se aventurar no banco traseiro. Os da frente até conseguem se acomodar bem. Mas o grande problema mesmo é a rigidez da suspensão. Ela soca os rins dos ocupantes sem piedade. Para o uso cotidiano, nas grandes cidades e suas buraqueiras, é bastante incômoda. Nota 5.

Habitabilidade – O Mini é refém do design e, por isso, não oferece grande funcionalidade, mesmo levando em conta que é um 2+2. Os porta-objetos não são dos mais práticos, principalmente aqueles que ficam nas portas. Os acessos para quem se aventura no banco de trás também são bem ruins. Pelo menos, as portas grandes fazem que o acesso dos bancos dianteiros seja bem simples e prático – desde que não se esteja estacionado em vagas paralelas, quando se perde ângulo de abertura. O porta-malas leva modestos 160 litros de bagagem. Nota 6.

Acabamento – A cabine do Mini impressiona mais pelo seu desenho do que pela qualidade dos acabamentos em si. São bem encaixados e de muito bom gosto, mas quem rouba mesmo a cena é o estilo retrô do interior. O único ponto negativo é o fato de que, em alguns momentos, algumas peças ficavam “batendo”, fruto da suspensão dura. Nota 8.

Design – A versão JCW consegue deixar o Mini ainda mais charmoso. As exclusivas rodas de 17 polegadas além da suspensão rebaixada ajudam a deixar as formas da carroceria ainda mais atraentes e esportivas. Faz um belo conjunto com o estilo retrô proposto pela marca. Nota 9.

Custo/benefício – É difícil pagar R$ 139 mil em um carro pequeno, com uma suspensão pensada para pistas de corrida. O Mini JCW busca se “pagar” através da diversão que proporciona a quem está ao volante. Não é nem um carro de ostentação pois, apesar de custa o dobro de um Mini One, o visual dá poucas pistas de seu valor. Nota 5.

Total – O Mini John Cooper Works somou 76 pontos em 100 possíveis.


Impressões ao dirigir

Veloz e furioso

Basicamente, o Mini John Cooper Works é um carro feito para puristas. A combinação de um motor de 211 cv, um peso total 1.130 kg, um câmbio manual de seis marchas e um carroceria de apenas 3,67 metros e 2,47 metros de entre-eixos transforma o pequeno carro inglês em um “míssil teleguiado”. Basta pisar no acelerador que o propulsor 1.6 THP responde com grande entrega de torque em praticamente qualquer rotação. E, se for necessária uma redução de marcha, o carro mostra outra grande qualidade: a transmissão mecânica. Os engates são curtos e precisos, perfeitos para quem gosta de conduzir de forma esportiva. O Mini é tanto feito para agradar quem gosta de dirigir que durante as trocas de marcha dá para ouvir o “espirro” do turbo.

A suspensão é outra que é feita para realçar a esportividade do conjunto mecânico. É o acerto mais duro da linha Mini, o que faz com que o carrinho fique muito reativo nas curvas. E é rígido mesmo para rodovias bem pavimentadas. Por dentro, o volante pequeno ajuda a fazer o inglês mudar de direção com velocidade impressionante. Tanto que fica completamente à vontade em trajetos sinuosos, com curvas de raio curto. Nas retas, a suspensão também deixa o JCW absolutamente neutro e se mantém sob controle, sem exigir correções, mesmo em velocidades altas. Esse conjunto dinâmico transforma o Mini em uma “fera”, que parece enjaulada quando está abaixo de 120 km/h.

Quando se repara o interior, o modelo dá outro show. O design interno é muito inspirado, com uma boa mescla de um ar retrô com algo mais moderno – um bom exemplo é o velocímetro central com a tela multimídia no miolo. Outros detalhes oferecem ainda mais charme ao interior, como os botões no estilo de avião e as luzes internas em led que podem mudar de cor. O acabamento também é muito bom. Os materiais são de boa qualidade e muito bem encaixados.

Mas nem tudo é perfeito. A tal esportividade que o conjunto formado por suspensão rígida e câmbio manual com embreagem dura faz com que a vida a bordo do Mini seja um tanto quanto desconfortável. Passar pelos imensos buracos das ruas brasileiras é uma tortura – até o painel interno reclama e chia. Em caso de viagens longas, algumas paradas para esticar as costas e descansar as pernas se fazem muito necessárias. O espaço interno não é dos melhores, principalmente no banco traseiro, onde apenas crianças conseguem viajar. Mas o Mini JCW não é um carro para transportar a família. Ele se propõe a levar só dois. E o que fica no banco da esquerda é presenteado com algo que poucos carros podem fornecer hoje em dia: uma grande dose de diversão.


Ficha técnica

Mini John Cooper Works

Motor: A gasolina, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, turbocompressor, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, cabeçote com duplo comando de válvulas com tempo de abertura variável. Injeção direta de combustível e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio manual de seis marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Oferece controle de tração.
Potência máxima: 211 cv a 6 mil rpm.
Aceleração de 0 a 100 km/h: 6,5 segundos.
Velocidade máxima: 238 km/h.
Torque máximo: 26,5 kgfm entre 1.850 e 5.600 rpm.
Diâmetro e curso: 85,8 mm X 77 mm. Taxa de compressão: 10,0:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com molas helicoidais e amortecedores pneumáticos. Traseira com braço transversal em alumínio, braços múltiplos, molas helicoidais, amortecedores pneumáticos e barra estabilizadora. Oferece controle de estabilidade.
Pneus: 205/45 R17.
Freios: Discos ventilados nas quatro rodas. ABS, EBD, assistente de frenagem de emergência e controle de frenagem em curvas.
Carroceria: Hatch em monobloco com duas portas e quatro lugares. Com 3,67 metros de comprimento, 1,68 m de largura, 1,41 m de altura e 2,47 m de distância entre-eixos. Airbags frontais, laterais e do tipo cortina.
Peso: 1.130 kg.
Capacidade do porta-malas: 160 litros.
Tanque de combustível: 50 litros.
Produção: Cowley, Inglaterra.
Lançamento: 2009.
Lançamento no Brasil: 2010.
Itens de série: ar-condicionado automático, direção elétrica, trio elétrico, bancos em couro, computador de bordo, faróis de xenon, volante multifuncional, partida por botão, rádio/CD/MP3/USb/iPod/Bluetooth com caixas de som Harman Kardon, tapetes em veludo, bancos dianteiros esportivos com ajuste de altura, airbags frontais, laterais e de cabeça, controle de estabilidade, ABS com EBD, assistência de frenagem de emergência, controle de tração e sensor dechuva com acionamento de farol baixo.
Preço: R$ 139 mil.
por Rodrigo Machado
Fonte disponível no(a): MotorDream.uol.com.br

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